A Ribeira de Aboinha é um afluente do rio Douro e tem uma extensão de aproximadamente 3 a 4 km. Nasce no lugar de Ramalde (confluência do rio Carreiro e Passagem de Baixo), passa no lugar de Aguiar, S. Jumil e Pedregal e desagua no rio Douro no lugar de Aboinha, na freguesia de S. Cosme, do Município de Gondomar junto à Av.ª Clube dos Caçadores, ao km 4.7 da estrada nacional n.º 108; [2]
Desde a sua nascente vai serpenteando por campos agrícolas, terminado o seu curso numa descida acentuada por um vale íngreme e profundo ladeado de campos agrícolas e mata. As suas margens constituídas por pedras de granito de grandes dimensões formam muros que em alguns locais chegam a ter vários metros de altura. Possui várias represas outrora utilizadas para rega dos campos agrícolas e onde se formam pequenas quedas de água com cerca de 3 a 4 metros de altura, bem como um túnel de cerca de 25 a 30 metros de comprimento construído com pedras de granito e cuja conclusão data de 1848[3]; A biodiversidade da zona envolvente à ribeira destaca-se pelas variadíssimas espécies de aves que vivem e ali constroem os seus ninhos, pelas nascentes e espécies de anfíbios, e pelas diversificadas espécies arbóreas que constituem aquele magnífico ecossistema;
A Ribeira de Aboinha foi esplendorosamente descrita pelo natural daquela freguesia, Professor Dr. Camilo de Oliveira – “Ribeira de Aboinha – Nasce no lugar de Ramalde, da freguesia de S. Cosme, passa pelo lugar de São Gemil e desagua no Douro no lugar de Aboinha. É também fértil em enguia, escalo, boga, truta, e a ruivaca"; [4]
Junto às suas margens possui ainda um vasto conjunto (cerca de 14) de tradicionais moinhos de água ou rodizio, atualmente quase todos em ruinas, também eles documentados e mencionados pelo Professor Dr. Camilo de Oliveira – “A jusante da presa há um tanque (lavadouro público) com água da mina. Todas estas correntes de água ou quási todas foram e ainda hoje algumas são aproveitadas para moagem. E assim há moinhos de cereais: Um no lugar de Aguiar; outro em S. Gemil; outro em Ramalde; dois no Taralhão; outro em Ponte Real e três na Azenha.”[3]
Referências
↑SANTOS; Dr. Jorge Manuel Ferreira Dos: "Os moinhos da Ribeira de Aboinha"; Município de Gondomar, (2017);
↑OLIVEIRA; Professor Dr. Camilo de: O CONCELHO DE GONDOMAR: (APONTAMENTOS MONOGRÁFICOS), 3.ª EDIÇÃO, VOLUME I, CAPÍTULO II, pág. 304, 1983, TIPOGRAFIA GRÁFICOS REUNIDOS.